Saiba mais sobre os benefícios da pimenta e o riscos no seu exagero!
- gracieliferreira
- 12 de set. de 2014
- 3 min de leitura
Na culinária brasileira, assim como na mexicana, a pimenta é utilizada frequentemente como um dos principais condimentos. Além de ser considerada afrodisíaca, ela é conhecida pelo seu paladar de gosto ardido, que faz o maior sucesso. No entanto, além do seu sabor incomparável, ela pode trazer benefícios comprovados cientificamente para a nossa saúde. "Os capsaicinoides (princípio ativo das pimentas do gênero Capsicum) têm sido usados na medicina para o tratamento de dores em doenças reumáticas, neuropatias diabéticas, neuralgias pós-herpéticas e dores de cabeça. O uso de pequenas quantidades na dieta diminui os níveis do colesterol e estimula o organismo a diminuir o apetite. Os capsaicinoides também estimulam as enzimas responsáveis pela digestão ou pela secreção da bile, o que facilita a digestão", explica a mestre em Ciências da Nutrição, Regina Célia Rodrigues.
Descrita como um alimento funcional por conter substâncias com atividade antioxidante, a pimenta retarda a velocidade da oxidação, inibindo os radicais livres e, consequentemente, prevenindo o surgimento de doenças, o que contribui para uma maior longevidade. Além disso, as pimentas possuem propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e anticancerígenas associadas, provavelmente, à presença dos capsaicinoides, das vitaminas e dos polifenóis nos frutos de pimenta.
Quais são as principais propriedades nutricionais da pimenta?
A principal característica dos frutos da pimenta é a pungência caracterizada pelo sabor picante ou ardente, conferido pelos capsaicinoides, que é o princípio ativo das pimentas do gênero Capsicum (ex.: pimenta-malagueta, dedo-de-moça, cumari), ou pela piperina em pimentas do gênero Piper (pimenta-do-reino).
As pimentas do gênero Capsicum têm grande valor nutricional, associado, principalmente, ao seu conteúdo de vitaminas, fibras e sais minerais. Possuem altas concentrações de vitamina C e vitamina E, que atuam como constituintes nutricionais e funcionais em decorrência de suas propriedades antioxidantes. A ingestão de 100 g de pimenta suave ou "doce" fornece a quantidade das vitaminas C e E recomendada pela Organização Mundial da Saúde para suprir as necessidades diárias de um indivíduo adulto.
O conteúdo de fibras varia entre 4 e 16 g em cada 100 g de pimenta, quantidade superior à encontrada, por exemplo, na maçã, que é de 2,02 g, e na aveia, de 5,37 g, em 100 g destes alimentos. Possuem ainda quantidades consideráveis de minerais, tais como: potássio, magnésio e fósforo.
Os carotenoides, pigmentos vegetais importantes pela atividade provitamina A, estão presentes em altas concentrações e conferem às pimentas a sua coloração, que pode variar desde amarelo-claro ao vermelho-intenso.
A pimenta também pode aumentar a taxa metabólica do organismo, e este efeito faz com que o consumo de aproximadamente 6 g de pimenta queimem cerca de 45 calorias.
Algumas pessoas podem ter uma tolerância à pimenta maior do que as outras?
Sim. A sensibilidade se dá de acordo com o número de botões gustativos presentes na língua. Nos humanos, encontramos aproximadamente 250 papilas fungiformes, que possuem em torno de 1.600 botões gustativos. Entretanto, esse número pode variar muito entre indivíduos. Cerca de 50% das pessoas possuem sensibilidade normal e as demais são divididas entre aquelas que possuem poucos ou praticamente nenhum botão gustativo em suas línguas, consideradas não sensíveis a alimentos picantes, enquanto aquelas que possuem muitos botões gustativos são consideradas supersensíveis.
Sabe-se que o consumo repetido de pimenta confunde receptores da substância P, um neurotransmissor químico que comunica ao cérebro sobre a dor ou a inflamação na pele. Por este motivo, alguns indivíduos toleram comer cada vez mais pimentas, tendo a sensação de menos ardor. Pessoas com sensibilidade normal ou os supersensíveis algumas vezes comem alimentos muito picantes e suas línguas podem sofrer queimaduras de contato, o que danifica os botões gustativos, mas eles são recuperados em cerca de duas semanas.
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